sexta-feira, 1 de abril de 2011

SEMIÓTICA - Análise do texto "O Paciente Objeto"

O objeto, aquilo que existe no real, que é factual e visível. Mas o que está por traz disso tudo, o que nós pensamos sobre. O pensamento do homem não pode mudar o que é real, mas dar a este um valor significativo. O poeta se rende a alteridade do mundo e cria a partir daí sonhos e idealismos, significados do real para o imaginário. O texto expõe o objeto não somente como algo estático e ‘que é o que é’, mas como algo que tem linguagem, que fala e interpreta o mundo e o homem. Assim somos subjugados ao pensamento que esses objetos nos impõem, mesmo nós pensando que é o contrário que acontece. O que está lá fora, além do nosso pensamento, nos desafia e nos convoca para sair em busca de decifrá-lo, aquilo que os cientistas buscam, Peirce denomina, dentro de sua tríade, de objeto, o que será representado pelo signo e interpretado pelo interpretante. O objeto possui significado próprio independente da representação que o damos. Como Peirce diz: “uma coisa é ser, outra, ser representado”. Este objeto é atemporal, não está sujeito ao ambiente nem a natureza, pois ele faz parte da própria natureza, que não pode ser afetado por nós, ele é ‘o outro’. O cientista busca, através da experimentação e confronto, o significado deste objeto, enquanto que o artista encontra esse significado na poética, no intimo do sentimento, nas possibilidades futuras, a busca do belo não visível, mas sim notável e transferível através do real para o interior do ser, do imaginário, onde a “matéria morta” desperta sentimentos vivos. Esta análise fundamente o Realismo de Peirce onde se admite a existência do objeto como sendo real e externa a nossa vontade e pensamento, mas que a partir do qual gera a teia de pensamento e conhecimento que adquirimos. O crescimento evolutivo como sendo algo que devemos interiorizar o signo, para depois exteriorizá-lo e confrontá-lo e por fim interiorizá-lo novamente. Peirce não se contentava com o simples e sim com o despertar de significados e filosofias. O universo fala, possui linguagem própria e as vezes indecifrável, onde nossa linguagem humana tenta codificá-la, quando um dia perceberemos que não é nossa ‘a nossa idéia de mundo’.

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